Desafio de Delacroix, Parte 1
Capítulo 2: Evelina, a Porta do Desafio
Finalmente chegou o momento tão aguardado. Diante da entrada da masmorra labiríntica, o coração quase parecia saltar do meu peito, num misto de excitação e apreensão. O Conde Humberto, uma figura enigmática, assumiu o seu lugar no centro do círculo formado pelos aventureiros, prestes a dar início à cerimónia de abertura.
Enquanto o Conde se lançava num discurso floreado, com palavras cheias ambiguidades e de segundos sentidos, eu ouvia atentamente, tentando decifrar os mistérios escondidos nas entrelinhas. Cada palavra carregava promessas de segredos antigos e desafios insondáveis, aumentando ainda mais a minha determinação em enfrentar o desconhecido.
Foi então que chegou o momento de lançar as sortes para determinar a ordem de entrada na masmorra. O suspense era quase palpável, e todos os olhares se voltaram para a sorte que iria calhar a cada um de nós.
Rodericka, a bela patife, astuta e sagaz, foi a primeira sorteada. De seguida, foi a vez de Amara, a curandeira de coração generoso, e do monge misterioso, cujo nome ainda desconheço. O caminhante, cujo olhar cansado escondia histórias antigas, foi o quarto selecionado.
Enquanto o tempo passava e mais aventureiros iam entrando na masmorra, uma sensação pesada e sombria começava a pairar no ar. A alegria que antes inundava a cidade dava lugar a uma inquietação e melancolia palpáveis. As velhas mulheres choravam, tentando conter as emoções diante do desconhecido que aguardava por nós.
Então chegou a minha vez. Como sexta a entrar, fui observando os meus companheiros de jornada, desaparecerem um a um pela porta da masmorra. E agora, a cada passo que dava em direção à entrada, ia sentindo o peso da responsabilidade a aumentar. Era a minha vez de enfrentar o labirinto mortal e desvendar seus segredos ocultos.
Enquanto entrava na masmorra, o meu coração batia forte. O ambiente em redor transformava-se, mergulhando numa escuridão impenetrável. Rodericka, Amara, o monge, o caminhante e os outros aventureiros que tinham entrado antes de mim, agora trilhavam um caminho desconhecido e perigoso.
E eu, determinada a enfrentar cada desafio com coragem e sagacidade. Saber que os meus companheiros de aventura estavam ali, a enfrentar os seus próprios desafios e a superar os seus medos, impulsionava-me a seguir em frente.
Ainda que o prémio final coubesse apenas a um, desvendaríamos os segredos sombrios da masmorra e revelaríamos os propósitos ocultos do Conde Humberto em conjunto. A cada passo que dava, sentia o peso da responsabilidade aumentar, mas também a chama da esperança e da determinação a arder com mais intensidade no meu peito.